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A história do Whiskey Americano: Parte 3
O whiskey americano passou por um período difícil, mas emergiu como uma bebida alcoólica bem-sucedida e querida. Continue lendo enquanto Tim Etherington-Judge explora os eventos históricos que definiram esse destilado.
Autor: Tim Etherington-Judge
Tempo estimado de leitura: 5 Minutos
Em Whiskey Americano Parte 2, eu o levei desde o início até o grão que foi usado na produção de um destilado muito apreciado. Agora, é hora de nos aprofundarmos no que ajudou e no que prejudicou o crescimento do setor de whiskey.
Prepare um Manhattan clássico e sente-se para conhecer mais sobre a história do whiskey americano.
Negócios em expansão
A Revolução Industrial mudou o setor de destilação em todo o mundo, especialmente nos Estados Unidos. No início do século XIX, era um setor caseiro administrado por fazendeiros, clérigos e empresários. No século XX, era um negócio de fábrica em expansão de marcas internacionais.
Na década de 1830, a grande expansão ferroviária americana assumiu o controle, transformando-se em uma rede nacional na década de 1860. Situada às margens do rio Ohio e sendo um ponto central da rede ferroviária, Louisville estava perfeitamente posicionada para capitalizar, levando o famoso whiskey de Kentucky para todo o país.
Os negócios estavam crescendo e todos queriam uma fatia do bolo. O setor testemunhou o aumento da concorrência, novos impostos e regulamentações governamentais e uma reação negativa devido ao consumo excessivo. Esses elementos definiram o whiskey americano como o produto que conhecemos hoje.
Retificadores
Devido à Revolução Industrial, a reputação do Kentucky Whiskey era conhecida em todo o país, o que levou à criação de cópias baratas. Os retificadores eram comerciantes atacadistas que compravam whiskey barato, geralmente não envelhecido, e depois o "retificavam", aromatizando-o e dando-lhe cor.
Os ingredientes do processo de retificação incluíam açúcar mascavo, suco de ameixa para dar sabor e creosoto para dar cor. O resultado era um whiskey de baixa qualidade que era barato, fácil de produzir e, o mais importante, podia ser feito em questão de horas.
Na década de 1890, os retificadores controlavam o mercado. Os destiladores reagiram fazendo lobby junto ao governo, o que resultou no Bottled-in-Bond Act em 1897. O whiskey engarrafado tinha de ser envelhecido por pelo menos quatro anos, engarrafado a 100 proof (50% ABV), ser o produto de uma destilaria em uma estação e ter apenas água pura adicionada.
Proibição
No início do século XX, um movimento crescente contra o álcool, conhecido como o "Movimento de Temperança", conseguiu tornar o país inteiro seco por 13 anos.
Em 16 de janeiro de 1919, a Décima Oitava Emenda à Constituição foi ratificada, proibindo a venda, a produção, o transporte, a importação e a exportação de bebidas alcoólicas intoxicantes nos Estados Unidos e em seus territórios. A Lei Nacional de Proibição, comumente conhecida como Lei Volstead, foi aprovada para fazer cumprir a emenda.
A proibição foi um grande experimento social que fracassou. Os bartenders fugiram do país para a Europa ou Cuba ou ficaram e correram o risco de serem presos, e a maioria das destilarias fechou. O violento submundo do crime explodiu, dando origem a gângsteres infames, como Al Capone e Nucky Thompson.
Várias destilarias conseguiram permanecer abertas, com licença para vender whiskey apenas para fins medicinais. Mas, à medida que os estoques diminuíam, os destiladores eram forçados a vender whiskies mais antigos e, no final da Lei Seca, era possível encontrar whiskey bourbon puro de 18 anos disponível mediante receita médica.
Os mundos em guerra
A Lei Seca terminou em 1933, mas deixou o setor de whiskey em frangalhos. As destilarias estavam em ruínas; algumas eram velhas demais para recomeçar, e o gosto dos consumidores havia mudado para destilados mais leves, como o gin e o whiskey canadense.
Quando o setor começou a se recuperar, os japoneses atacaram Pearl Harbour e os Estados Unidos foram arrastados para a 2ª Guerra Mundial. O War Production Board assumiu o controle de todas as destilarias para produzir álcool industrial de alta resistência para a fabricação de pólvora, plásticos, suprimentos médicos e pneus de borracha.
Ainda havia um mercado para o whiskey, e os destiladores continuaram a vender os estoques remanescentes que tinham.
A Era de Ouro
A década de 1950 foi uma época de ouro para o whiskey americano. Não havia restrições de fornecimento, não havia guerras e a economia do pós-guerra estava explodindo. Uma mudança nas leis tributárias permitiu que os destiladores comercializassem uísques muito mais antigos, e uma série de novas marcas foi lançada.
O Bourbon tornou-se cada vez mais internacional, com algumas marcas sendo vendidas em mais de 110 países. Seu auge ocorreu em 1964, quando o Congresso dos Estados Unidos reconheceu o bourbon como um "produto distinto dos Estados Unidos".
O mundo está em guerra... novamente
Mais uma vez, a guerra afetou o setor do whiskey, desta vez foi a guerra no Vietnã. A população jovem se rebelou contra seus pais, incluindo seu gosto por bebidas alcoólicas. Vodka, tequila e cerveja tornaram-se a escolha de uma geração e os coquetéis passaram a ser apenas misturas doces, frutadas e açucaradas.
Com o surgimento do mercado de single-malt na Escócia, na década de 1980, os destiladores americanos foram encorajados com uma nova confiança. O lançamento do whiskey de barril único Blanton's em 1984 mostrou um novo desejo de inovação; Tom Bulleit fundou a Bulleit Distilling Company em 1987.
O mundo de hoje
Atualmente, o whiskey americano está desfrutando de outra era de ouro. A inovação é abundante, a demanda excede a oferta, há melhor qualidade, novas destilarias (incluindo a nova Bulleit Distillery em Shelbyville, Kentucky) e destilarias antigas, como a lendária Stitzel-Weller, estão sendo reformadas.
Bartenders e bebedores redescobriram seu amor pelo bourbon e pelo whiskey de centeio e seus coquetéis clássicos. É um bom momento para se dedicar ao whiskey americano.
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