Dia Internacional do Coquetel e a Conexão com Whiskey

Dia Internacional do Coquetel e a Conexão com Whiskey

E aí DBA Lovers tudo bem com vocês? Erivelton Mota por aqui hoje para bater um papo com vocês sobre coquetel de uma maneira um tanto quanto diferente, já que talvez a gente não vá conectar o assunto falando tanto sobre coisas técnicas, estrutura de preparo e afins e sim sobre curiosidades sobre coquetéis com um foco maior em whiskies. 

Você é curioso(a), quer um bate papo leve, informativo, descontraído? Então este é o artigo certo para você, então escolha seu whisk(e)y e brinde conosco. 

WHISKEY: DA ORIGEM ÀS CURIOSIDADES

Apesar da popularidade, prestígio e vasta tradição da produção dos whiskies escoceses, a primeira produção de whiskey registrada historicamente está ligada a Irlanda. 

Sem predileções, visto que diversos países diferentes produzem whiskies com altíssima qualidade, permitindo diferentes adaptações aumentando ainda mais o leque de estilos da bebida, tantos os irlandeses, escoceses, americanos, japoneses, canadenses e assim por diante tem suas regras, preferências e curiosidades que estão envolvidas ao longo de todo ciclo de produção da bebida. 

Os whiskies Irlandeses geralmente são produzidos em alambiques de cobre e passam por três destilações o que suaviza a percepção do álcool antes que o líquido seja armazenado em barris para o período de envelhecimento. Na Irlanda o processo de envelhecimento não deve ser inferior a três anos e os barris, de no máximo 700 litros, em suma são feitos de carvalho que anteriormente envelheceram outras bebidas. Obviamente não são todos os estilos e marcas que seguem a risca esses parâmetros de produção, principalmente no que diz respeito a parte de destilação, pois até mesmo as regras contam com suas exceções. 

Outras duas coisas curiosas quando se fala de Irish Whiskey são a grafia, feita com o "e", e o fato de utilizarem a cevada maltada e não maltada na composição de seu mosto, a depender do estilo de whiskey, é mais uma curiosa característica que pode ser encontrada e associada ao Irish. 

Falando um pouco sobre whiskey irlandês, obviamente não poderíamos deixar de falar sobre coquetel. Sem dúvidas alguma o clássico mais famoso que utiliza esta vertente do whiskey é o Irish Coffee, que é uma ótima pedida para dias mais frios e uma boa opção para um coquetel de sobremesa. Mas podemos muito bem utilizar um Irish Whiskey para fazer uma versão de Old Fashioned (olha eu falando de estrutura de coquetel de novo), quem sabe utilizar um xarope de mel e um toque de bitter de chocolate nesta combinação? Ou ainda seguir com uma versão similar ao do "Manhattan", coquetel clássico preparado com whiskey americano, só que substituindo a base por um whiskey irlandês e preparando uma versão chamada "Emerald". Faça esse teste e me conta o que achou depois. 

Já que falamos em Manhattan, que tal direcionarmos o papo para coquetéis e curiosidades conectadas ao whiskey americano? 

E MAIS SOBRE O WHISKEY AMERICANO

Sim, temos mais um representante da categoria que comumente, não é uma regra, usa a letra "e" na grafia do whiskey. Existem algumas variedades de whiskies que são produzidos na terra do tio Sam e muitas curiosidades que poderíamos citar neste breve artigo. 

Entre os estilos, e já citando curiosidades, os E.U.A. produzem boa parte dos seus rótulos utilizando um cereal “menos nobre” ao ponto de vista dos mais puristas, o milho. 

Por conta da facilidade de acesso, o milho passou a ser uma das principais matérias primas no ciclo de produção, sendo o principal cereal no estilo Bourbon, que deve utilizar pelo menos 51% de milho entre os cereais do mosto para fermentação, ou ainda 80% para a produção do estilo Corn whiskey. 

O Bourbon é um estilo, que tem D.O.C e que pode ser produzido em qualquer lugar do território norte americano, mas que curiosamente concentra sua produção no estado do Kentucky, onde acontecem diversas corridas de cavalo e que tem um coquetel que está super conectado com o evento. Já sabe que coquetel é este? Se ainda não, clique aqui para descobrir e acompanhe este outro artigo que cita alguns coquetéis festivos. 

Nos E.U.A. também é produzido outro estilo de whiskey que segue regras muito próximas as do Bourbon mas que utiliza o centeio como principal cereal para composição (mínimo de 51%) do mosto para fermentação. O centeio agrega um sabor bem diferente ao whiskey e características de especiarias com um toque perfeito que pode casar muito bem em coquetéis para agradar os paladares mais exigentes. 

E além desses estilos temos um outro tipo menos comum aqui no brasil que acabou se popularizando ao longo do período da Lei Seca Norte Americana, que é um tipo de whisky que não passa por envelhecimento e que é também chamado de New Make Whiskey ou basicamente um whiskey que não passa por envelhecimento. 

Uma curiosidade interessante é que por lei, para produzir um Bourbon Whiskey os barris utilizados ao longo do período de envelhecimento devem ser virgens, ou seja nunca utilizados anteriormente, e após a primeira utilização o mesmo barril não pode ser reutilizado para produção deste mesmo estilo, o que faz com que boa parte desses barris (ainda em bom estado de uso) sejam comercializados para envelhecerem outras bebidas e até mesmo outros tipos de whiskies, como o escocês. 

Quando falamos de whiskey americano, além do old fashioned, um outro coquetel que é pedida certa nos bares ao redor do mundo é o whiskey sour, e já que não teve jeito e entramos no assunto de estrutura de coquetéis, você já provou o New York Sour? Ele é uma versão que conta com uma camada de vinho que agrega uma ótima profundidade e riqueza de sabores para o coquetel, e eu sou suspeito para indicar este coquetel, pois adoro esta versão. 

WHISKEY

E como citamos o whisky escocês parágrafos acima, chegou a hora de falarmos um pouco a respeito de mais este representante europeu da categoria, que tem como primeira grande diferença a grafia que não utiliza a leta "e" na palavra. E as diferenças não param somente na escrita. 

Uma das principais características dos whiskies produzidos na Escócia é a utilização de turfa para secagem dos grãos ao longo do processo de maltagem. E assim como como você já devem imaginar, não são todos os grãos maltados ou whiskies single malt que utilizam turfa para realizar a secagem, o Cardhu 12 anos é um bom exemplo. 

Os estilos de whisky na Escócia variam ainda de acordo com o tipo de grão, se todo líquido da garrafa é composto de whisky de uma única destilaria ou se é a combinação de líquidos de diferentes destilarias, e por conta disso podemos nos deparar com estilos como scotch whisky single malt que é composto por whiskies de maltes de uma mesma destilaria, blended malt composto por whiskies de malte de diferentes destilarias, single grain que é preparado com grãos não maltados de uma única destilaria, blended grain produzido por diferentes whiskies de grãos de diferentes destilarias e o blended scotch whisky que é o tipo de whisky mais produzido na Escócia que é preparado com whiskies de maltes e de grãos de diversas destilarias. E para não perder o costume, os estilos de scotch whiskies também tem algumas peculiaridades, a mais quanto aos processos de fabricações e sim todas essas regras contam também com exceções. 

Como você pode perceber, só de se falar sobre estilos de scotch whisky, nós já podemos contar com muita vertentes diferentes, e se levarmos em conta as possibilidades de seguir ou não com o processo de maltagem dos grãos, secagem utilizando turfa ou não, mistura dos grãos de diferentes regiões da Escócia, nós contamos com possibilidades quase que infinitas. 

E até aqui ainda nem falamos sobre todo o cuidado e apreço que os escoceses têm quanto ao envelhecimento de seus variados tipos e rótulos de whiskies. É muito comum se deparar com alguns rótulos que informam envelhecimento de 12, 15, 18, 21 anos e assim por diante, e a idade de um whisky escocês não determina a qualidade da bebida, mas quando bem preparada agrega muita riqueza de sabores e qualidade ao produto. 

Toda essa variedade de possibilidades dão brilho a diversos coquetéis clássicos como o Rob Roy ou Penincillin, e margem para as mais variadas criações como o "Praieiro" que preparei utilizando o mais novo blend da linha Johnnie Walker que é o Johnnie Blonde, que você aprende a preparar aqui na sequência.