Tendências da Coquetelaria
3 COQUETÉIS PARA OS AMANTES DO ROCK’N ROLL
Muitas coisas podem ser consideradas atemporais, passadas e apreciadas de geração em geração, como um hino do rock, ou como os coquetéis clássicos, por exemplo
E para conectar os amantes do bom e velho Rock & Roll, ao mundo da coquetelaria, que tal se ligar neste artigo que preparamos?
Aqui, algumas músicas que jamais perderão seu lugar na calçada da fama e três coquetéis para apreciar enquanto ouve a playlist!
Por Miguel Paes, instrutor Diageo Bar Academy Brasil.
O tilintar da colher bailarina, o chacoalhar das coqueteleiras repletas de gelo, o corta-corta ritmado das comandas que não param de sair… Uma noite cheia em um bar pode ser comparada à uma sinfonia; ou melhor: um concerto.
Que tal um show?
VAMOS LÁ!
No burburinho de uma noite de sexta-feira, o ritmo frenético dos bartenders e suas coqueteleiras pode ser entendido como o solo de guitarra em um grande festival de rock, onde o momento final é a guarnição do coquetel, que junto ao destilado base, tornam-se as grandes estrelas da atração que é o sabor.
Quem disse que música e coquetelaria não conversam entre si?
MINT JULEP X WHISKEY IN THE JAR
Um dos coquetéis mais apreciados por quem gosta de whiskey americano, refrescância, dulçor, picância e notas de especiarias são perfeitamente equilibradas em sua respectiva proporção, tal qual a quantidade de gelo britado que forma a tão necessária camada de isolamento térmico para preservar a baixa temperatura, deste coquetel; que é fator fundamental para que a experiência seja mais do que perfeita.
Whiskey in The Jar é a música indicada para quem gosta não só de whiskey, mas também de solos de guitarra elaborados, e que agradam aos ouvidos, tais quais as notas de um whisky aveludado como Bulleit Bourbon satisfaz o paladar.
As batidas pesadas da bateria se comparam às notas picantes provenientes da adição de centeio na composição dos grãos, e a potência vocal inexorável de James Hetfield se iguala à maestria da complexidade do maravilhoso blend que envolve whiskies de idade entre 5 a 7 anos.
Se liga na receita!
Adicione em um copo de cobre:
- 60 ml de Bulleit Bourbon
- 20 ml de xarope de açúcar
- 8 folhas de hortelã
Preparo:
- Amasse as folhas delicadamente, sem feri-las. Faça para apenas extrair seus aromas, sabor e frescor.
- Adicione gelo em cubo e mexa, de forma a levantar os ingredientes e fazer com que se misturem.
- Em seguida, adicione muuuito gelo, a fim de criar uma camada protetora ao isolamento térmico do coquetel.
- Para finalizar, adicione 1 ramo fresco de hortelã.
LOVE ME TENDER X GOLD AND APPLE HIGHBALL
Bem como cantava o Rei do Rock, Elvis Presley com sua voz doce e ao mesmo tempo imponente, o Gold and Apple Highball se faz
memorável: notas adocicadas do suco de maçã se misturam à potência do blend de Johnnie Walker Gold Label, que por sua vez é o blend da celebração, do luxo, do glamour. Quer algo mais glamoroso do que o próprio Elvis Presley?
E assim, as notas de mel e frutas maduras, de refrescância e picância deste coquetel trazem um resultado surpreendentemente equilibrado e suculento, capaz de balançar os corações até daqueles que não estão habituados ao Scotch Whisky.
Para finalizar, a assinatura dos blends confeccionados ao longo dos anos por Jim Beveridge: o defumado. Este, por sua vez, sutil. Começando potente e terminando rapidamente, te deixando com nuances frutadas a cantar em sua boca: “Love me tender, love me sweet/ Never let me go / You have made my life complete (…)”
E assim, nesta junção temos o encontro de dois reis: Elvis com seus eternos Blue Suede Shoes, o Rei do Rock a cantar pelas décadas sem perder jamais a majestade, e a irrevogável qualidade dos blends de Johnnie Walker, com seu Keep Walking rumo ao futuro: o rei dos blends.
Que encontro fantástico!
E para celebrar, a receita:
Em um copo longo estilo highball, adicione:
- 50ml de Johnnie Walker Gold Label
- Preencha o copo com gelo em cubo de melhor qualidade
- Adicione 20 ml de suco de limão siciliano
- Complete com suco de maçã clarificado
- Mexa levemente com o auxílio de uma bailarina
- Adicione uma casca de limão siciliano para perfumar
Slainté!
NEGRONI X FEAR OF THE DARK
Assim como Bruce Dickinson teme o escuro, muitos ainda temem o amargo.
Perfeitamente compreensível, é natural do ser humano temer algo que não está acostumado ou não conhece.
A presença alcoólica da medida de London Dry Gin neste coquetel traz sempre notas pungentes do botânico principal de toda receita: as bagas de zimbro.
Ao abrir a garrafa de gin, já é possível sentir os aromas pronunciados e terrosos que constituem a principal característica, e tornam este destilado inconfundível dentro de qualquer copo, bem como os vocais de Dickinson de tornam facilmente reconhecidos de longe em qualquer música, mesmo que seja por um agudo, bemol ou sustenido.
Em contraponto à pungência do destilado tipicamente inglês, a doçura do vermute tinto e a gama de sabores e aromas de especiarias de cada receita escolhida traz a possibilidade de apreciação à notas mais delicadas, mas sem jamais perder a força de sua combinação.
Comparando assim, a suposta cara de mal de Bruce Dickinson cai por terra quando se escutam músicas mais melódicas como Tears of The Dragon ou Wasting Love.
Assim como a fama de mal do Negroni, por seu alto teor alcoólico e suposto amargor se vai quando se permite perceber que até no bitter italiano – fundamental à receita – existe muito dulçor envolvido.
Não tema o escuro, ou melhor: não tema o amargo!
Para seu Negroni, você irá precisar de:
- Um mixing glass (de preferência previamente resfriado)
- Adicione 30ml de Gin Tanqueray London Dry
- Adicione 30ml de vermute tinto doce
- Adicione 30ml de bitter Italiano
- Acrescente gelo em cubo de melhor qualidade.
- Mexa durante aproximadamente 20 segundos até que esteja devidamente diluído e resfriado nas proporções adequadas.
- Sirva apenas o líquido sobre gelo novo, em cubo grande e translúcido em um copo old fashioned.
- Para finalizar, aromatize com a casca da laranja.
Saúde!
PONTOS CHAVE
- Aprecie seus coquetéis com suas músicas preferidas
- Explore o atemporal
- Música e coquetéis tem muitos pontos em comum: equilíbrio é um deles!
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